sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Cultivemos
uma rosa nova,
todos os jardineiros se emocionam.
Isola-se a rosa,
cultiva-se a rosa,
conferem-se-lhe privilégios...
Não existem, porém,
jardineiros ...
de homens ."
Antoine de Saint-Exupéry
( cultivemos ... quem sabe podemos transformar a selva em pequenos grandes jardins ?
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Nuvens
"Senti uma gota de água molhar minha face,
saía do ar condicionado das nuvens.
Na arrelia de limpar o frio rolado
dei conta de uma joaninha no braço.
Olhei uma vez.
Olhei e sorri.
Era Deus com outro disfarce.
Dado momento disse:
“s’tá com sede, Deus?”
Não respondeu.
Bebeu do meu rosto,
alisou a minha máscara de pele,
abriu as asas encarnadas e voou,
E eu fiz este poema-poço com um naco de céu. "
(...)
Maria Azenha
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Flagrantes
"Gosto da companhia do acaso
e gosto de pensar que os tempos não se repetem,
os momentos não se repetem,
a vida não se repete porque sua dinâmica é mágica,
acontece até mesmo em segundos e,
no entanto, a memória existe pela eternidade,
subvertendo o início e o fim...
Gosto de me despir das folhas
e comer os frutos no tempo em que são me dados.
Banquetes instantâneos em que flagro a felicidade e
num átimo, num lapso,
num vôo com os deuses inconstantes
e, assim, me encho de fé..."
Célia Musilli
( flagrantes de um passeio /cliques da estrada com carro em movimento e ainda com janelas fechadas devido o ar ligado/ dia lindo , céu azul e calor de um verão ensolarado .)
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Os segredos e as montanhas
se arredondem de paixão pelo brilho da seiva,
quando a manhã se acende.
É possível que revoadas de pássaros
sulquem o céu, reinventando uma terra,
maternal e verde.
É possível
...
Pronunciemos, devagar, um acto de contrição,
até que a luz penetre, nua, o útero da paisagem,
e a fecunde,
ou não teremos rio algum
que purifique a nossa sede."
Graça Pires
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Desejos
" ... a expectativa deve ser administrada com cautela
sentimentos desatinados e desajustadas doses
podem causar tombos de nuvens
ou de prédios com mais de 3 andares.
é loteria:
por vezes esperar, prever, desejar
pode causar frustrações e desencantos
mas quem consegue raciocinar
com borboletas no estômago?
tiago yonamine
("Butterflies in the stomach"? - estamos nós assim ?/ sim sim apaixonadas pela vida rsrs)
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Suaves lembranças
" ... uma cidade pode ser o nome dum país,
dum cais, um porto, um barco
de andorinhas e gaivotas ancoradas na areia.
E pode ser um arco-íris à janela,
um manjerico de sol,
um beijo de magnólias ao crepúsculo,
um balão aceso numa noite de junho.
Uma cidade pode ser
um coração ... "
Albano Martins
( pedacinhos da cidade que vou recolhendo enquanto me despeço)
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Instantes
- não é lícito saber -
qual sorte a mim
qual a ti
os deuses tenham dado .
Quão melhor é viver aquilo que será!
Sê sábio, beba o vinho e encurta a esperança,
pois a vida é breve.
Enquanto falamos,
o tempo ciumento terá fugido.
Colhe o instante, sem confiar no amanhã."
Horácio,o poeta romano
(vou seguindo rigorosamente ... )
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Mais da cidade
"Dentro de mim uma corrente de nomes e evocações fluindo desde as minhas origens, como o Rio das Velhas no seu leito de pedras, entre cidades imemoriais...
Prefiro estancá-la no tempo, a exaurir-me em impressões arrancadas aos pedaços e que aos poucos descobririam o que resta de precioso em mim
- o mistério de minha terra, desafiando-me como a esfinge com seu enigma:
decifra-me ou devoro-te."
Fernando Sabino
( muitos cliques pela cidade ,que a cada dia me surpreende,
cuja beleza era tao comum que nao percebia.
Novos olhares, agora mais apaixonados , sobre essa cidade sol a iluminar-me todo dia. )
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Domingo
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Algumas tardes
"Algumas tardes
têm a solidão da nota que ficou sem melodia,
do texto sem ponto final,
da tela onde as pinturas naufragam...
Algumas tardes ficam sem respostas
como as cartas que voltam com o carimbo:
“Endereço não encontrado."
E a gente sabe que perdeu,
mais que a cidade, o desejo de procurar a rua,
mais que o número,
a possibilidade de entrar,
limpando o passado no tapete...
Algumas tardes terminam como um cartão-postal,
flagrante da paisagem
naquele instante, naquele átimo
em que o sol deixa um raio sobre o muro e,
na linha do horizonte,
os pássaros debandam.... "
Celia Musilli
( ... muitas paisagens e muitas saudades dos amigos. )