sexta-feira, 7 de novembro de 2025

/// uma canção


                                            
         "Como hei de segurar a minha alma  para que não toque na tua?
        Ah! como gostaria de levá-la até um lugar estranho e silencioso
 que não se agitasse, como o meu coração. 
Pois, a ti e a mim,
 que nos une, é como arco de violino que de duas cordas
 solta uma só nota.

A que instrumento estamos atados?
 E que violinista nos tem em suas mãos?"

(Rainer Maria Rilke)

Fotografia, na estrada , genebra, suiça, abrll 2025)

terça-feira, 4 de novembro de 2025

/// pensando aqui ...


"A palavra é uma entidade mágica , fugidia, que 
toma conta dos sentidos para nos arrebatar , encantar
enraivecer 
envolver em laços doloridos ou suaves.
Quando vem em forma de silêncio, ela se cala
 profundamente em nós ,
     e continua significando ,,, " 

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(... já postei essa foto, mas ela é tão linda !)

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

//// ... vejo o Rio de Janeiro



a clássica vista da janelinha da aeronave.

Estou no Rio de Janeiro, do lado de cá da ponte onde os 
cariocas costumam zoar dizendo que o melhor daqui
é a paisagem das curvas do Rio.

Só hoje consegui acessar a internet no computador .
Vou poder ver o que vocês estão aprontando ... rs 
e deixando meus olhares.

Obrigada pelos comentários e espera ... 

(liscosta, 2025, novembro)
 
                                                                        
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( aeronave,  já no solo  e uma tomada do MAC _museu de Arte Contemporânea de Niterói))

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

// do verbo intransitivo


"A gente destrói aquilo que mais ama
  em campo aberto, ou numa emboscada;
  alguns com a leveza do carinho 
  outros com a dureza da palavra;
  os covardes destroem com um beijo
  os valentes com a espada.
  Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama."
  (Oscar Wilde)


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( errei a mão e ficou assim, redemoinho_pense numa arte  rs  )

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

/// bocados de nós


  "Um fragmento de papel, de espaço e de tempo.
  do olhar, do ver, do sentir.
 Um fragmento da vida, das vivências
 dos sentimentos, das emoções. 
...
 Um fragmento do silêncio, do grito
 da realidade e da  imaginação"

 (Gonzalo M.Tavares)
 
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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

// / no descompasso



  "repousada nas vírgulas a repisar as cismas nas pausas."

O inverno foi levando as reservas de intimidade,
a fineza ,o aconchego da casa ,o friozinho bom.
Timidamente, a primavera chega e se confunde
faz chover e faz sol  numa imprevisibilidade que
deixa sem norte a moça do tempo.      O ar está
rarefeito. É preciso estar do lado de fora,  entre
 jardins para ver se acha o devaneio.
  Procuro o devaneio.  E a geografia afetiva.

(outubro, na primavera)

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(maio, 2025, pelos jardins de Genebra,suiça)

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

/// deixa passar ... o tempo


Vou estar fora dos blogs. 
Não será fácil, mas nem tudo é.
 Li por aí que o silêncio tem também seu alfabeto, usamo-lo. 
Quando voltar os visitarei e os farei lembrar de mim.
 Perdoa-me provocar essa saudade ...
(risos)
Sem brincadeira, tenho tentado dar um tempo mais longo aqui,
 para rever alguns detalhes do  cotidiano  que no fim do dia ficam
 pendentes e viciada como sou, ainda não consegui.
Deram-me  força  pretendo usá-la.
Não prometo muito porque sou  péssima em cumprir promessa.
Vou tentar  brilhar como a primavera. Sem pressa da quentura do verão.
Fiquem bem.  Eu amo vocês.
.  
 (liscosta.,setembro,2025)

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sábado, 13 de setembro de 2025

/// palavras poucas


A manhã chega. Traz o cheiro forte do café.
Pede trégua. A árvore que era a sombra 
do avarandado, secou
seus ramos. 
Quer que  retome o corpo. Assuma.
E a  chuva veio independentemente.
 Para redimir.


(setembro/2025)

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

// só por hoje


"Hoje é hoje.
 Espanto-me ao mesmo tempo desconfiada por tanto me ter dado.
 E amanhã vou ter de novo um hoje.
 Há algo de dor e pungência em viver o hoje.
 O paroxismo da mais fina e extrema nota de violino insistente.
           Mas o hábito anestesia. O aguilhão de abelha do dia florescente de hoje .
 Graças a Deus , tenho o que comer.
 O pão nosso de cada dia." 
 (Clarice Lispector)


( e assim eu prossigo nas minhas fases e faces)

 

(Fotografia, um mosaico _abrindo o álbum do passado )

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

/// amanhã vai ser outro dia ...


"Amanhã vai ser outro dia .Hoje você é quem manda Falou Tá falado
 Não tem discussão ,não  A minha gente hoje anda falando de lado
 E olhando pro chão viu? você que inventou esse estado
 E inventou de inventar Toda escuridão Você que inventou o pecado
 Esqueceu de inventar o perdão. Apesar de você. Amanhã há de ser 
  Outro dia Eu pergunto a você onde vai se esconder Da enorme euforia 
 Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar Água nova brotando
 E a gente se amando sem parar Quando chegar o momento 
 Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros juro Todo esse amor
reprimido Esse grito contido Esse samba no escuro
 Você que inventou a tristeza ora, tenha a fineza de desinventar.
Você vai pagar e é dobrado Cada lágrima rolada nesse meu penar
 Apesar de você amanhã há de ser Outro dia
 Ainda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria
 Você vai se amargar Vendo o dia raiar. Sem te pedir licença
 E eu vou morrer de rir  Que esse dia há de vir .Antes que você pensa
 Apesar de você amanha há de ser outro dia.
 Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia
 Como vai se explicar vendo o céu clarear  De repente. Impunemente 
 Como vai abafar  Nosso coro a cantar Na sua frente
 Apesar de você Amanhã há de ser outro dia 
Você vai se dar mal  Etcetera e tal  
 lalalalala lalala lala " 

( Chico Buarque de Holanda)

Nota :Sem inspiração venho com o 'amanhã...' do nosso Chico,
para reagir e voltar, devagarinho.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

//// saindo à francesa ...


"Tempo Tempo Tempo Tempo 
      És um senhor tão bonito  Quanto a cara do meu filho
  Vou te fazer um pedido  Compositor de destinos
 Tambor de todos os ritmos
 Entro num acordo contigo. Por seres tão inventivo 
E pareceres contínuo. 
És um dos deuses mais lindos 
  Peço-te o prazer legítimo
  E o movimento preciso Quando o tempo for propício 
    De modo que o meu espírito
 Ganhe um brilho definido E eu espalhe benefícios
   O que usaremos pra isso
     Fica guardado em sigilo   Apenas contigo e comigo 
E quando eu tiver saído  Para fora do teu círculo
Não serei nem terás sido    Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos Num outro nível de vínculo
Portando, te ofereço elogios Nas  rimas do meu estilo"
(Caetano Veloso ) 


  Saindo.
 Por um Tempo.
 Obrigada ,meus queridos.  Por tudo


_  No simplesmentelis ,sempre 
 que o ímpeto bater com força, deixo lá algumas
paisagensflores ,retratos ,o que estiver vivendo e vendo.
Fotografia _é o gato da casa suiça ,tão querido quanto a minha Pitty ).

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

/// o silêncio, na escuta



"Efêmero é o relâmpago, mas faz da noite uma aurora.
  Com a lâmpada das asas acesas ,a libélula ignora a noite.
O mocho traz nos olhos escondido, um sol. 
Dos músculos da árvore faz o pica-pau um templo.
Quando uma abelha se enamora, nasce uma flor."
(Albano Martins)

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( a minha orquídea)

sábado, 16 de agosto de 2025

//// É, Lígia, Lígia


"Eu nunca sonhei com você Nunca fui ao cinema 
 Não gosto de samba, não vou a Ipanema 
 Não gosto de chuva, nem gosto de sol 
 E quando eu lhe telefonei, desliguei, foi engano 
 O seu nome, não sei   Esqueci no piano
 as bobagens de amor que eu iria dizer, 
 Não, Lígia ,Lígia
 Eu nunca quis tê-la ao meu lado Num fim de semana
 Um chope gelado em Copacabana
 Andar pela praia até o Leblon
 E quando eu me apaixonei
 Não passou de ilusão, O seu nome eu rasguei
 Fiz um samba-canção das mentiras de amor 
Que aprendi com você. 
É , Lígia, Lígia 
( você se aproxima de mim 
com esses modos estranhos Eu digo que sim.
mas teus olhos castanhos me metem mais medo
que um raio de sol... )
E quando você me envolver Nos seus braços serenos,
 eu vou me render
 Mas teus olhos morenos me metem mais medo
 Que um raio de sol , 
Lígia, Lígia..." 

(Composição, Tom Jobim )

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(música reeditada, o que a gente gosta a gente repete)

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

/// sobre infância e rainhas :))

                       

Nessa cidadezinha do interior nascia uma menina
 que aos seis anos perdia sua mãe
 ( uma fatalidade a levou embora,)
Muito pouco contavam sobre ela. As histórias eram tristes, a menina
 muito pequena Cresceu e continuou sem entender.
 Se perguntava qualquer lembrança da mãe, todos mudavam o rumo da
 conversa e nunca tinham lembranças para contar.
As tentativas eram vãs, (motivo de vários atritos com o pai),e ela
 já adolescente demorou para perdoá-lo. Aos trancos e barrancos
 tentavam  viver o amor paternal e filial que havia se quebrado
 quando ela entendeu as razões de ocultar ,o que a deixou orfã de mãe.
Só quando já não havia mais tempo, aproximaram-se.
 Numa dessas conversas entre pai e filha contava uma historinha
 que até hoje emociona_ a mãe  queria dar o nome de uma rainha
 a  filha ,pediu para o pai ir ao Cartório registrar a menina como
 Elizabeth.
O pai distraído esqueceu e demorou para saber o nome, engasgou,
 titubeou  e falou alguma coisa que o escriturário
 registrou errado. Chegando em casa com a Certidão na mão, a mãe leu,
  não gostou nada. Mandou voltar diversas vezes ao cartório.
Ela insistiu. Não houve jeito.
 Ficou triste e  exigiu  que todos  a  chamassem de Lisabeth,
para lembrar um pouco o nome original. Com o tempo e
 na ausência da mãe os irmãos reduziram para Zete.
Não sei porquê também a menina não gostava do seu nome, 
(resquícios da mãe)
Para os mais íntimos e amigos ocasionais sempre foi a Lis.
Três  letras que  lembra muito mais a dona da sua vida . 
A  Rainha _ sua Mãe. 

( hoje busco viver a parte boa da vida que vai se fazendo do que faço.rs
O passado me deixou com algumas desorganizações emocionais, me
emociono com tudo e intensamente_ sufoco um pouco a quem amo). 
 Gosto de lembrar do meu pai com  gratidão, perdão e saudade.

( junho, 2025 )

sábado, 9 de agosto de 2025

/// sons de ensaio e taquicardia


Ensaia uma música milhões de vezes, o som não fica bom ,era só taquicardia...
E assim  'mergulha eu, mergulhas tu, na tontura dos nossos passos
equilibrando-se instável sob o fio da navalha.' Mas_ sei, sabes, sabemos
'as uvas talvez durem demais a amadurecer.' 
Não  se sabe quanto tempo dura nem  como  começa.
 O que era fictício ficou real.
 Acorda O dia amanhecendo. o sol nascendo, tudo absolutamente calmo. 
Olha a paisagem. não pensa, fotografa ,clica em enviar.,
sem nenhum  constrangimento, sem autorização ,sem medo, do nada.
Volta a taquicardia.

( devaneios, lendo Caio Fernando Abreu) 
(2025,agosto)

(fotografia_ Vitória,es  ,do décimo quinto andar)

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

/// ... outro sabor , o caramelo


As manhãs chegam sem pedir licença,
há escrita, há voz, há acenos 
mesmo que o ruído seja dissonante, 
mesmo que o tempo escape pelos cantos.
 
Importa a fantasia latente ,o toque da brisa,
o reflexo nas vidraças, a cor que insiste em
 não ceder ao inverno.

Importa a flor que floresce
o sabor da xícara posta na mesa 
um nome dito com cuidado, um olhar
 'sem olhar'  que pede calma ...

E quando a tarde declina, não há pressa
 em recolher os sentidos, O silencio não pesa,
ele repousa, fértil, entre as sílabas por vir.
   
Porque 'a sombra é apenas o lugar onde
 a luz descansa.'

( agosto,2025,liscosta)

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sábado, 2 de agosto de 2025

//// uma paixão



"Visita-me
enquanto não envelheço
toma estas palavras cheias de medo e surpreenda-me.
Tenho uma varanda ampla cheia de malvas e
o marulhar das noites povoadas de peixes voadores.
Vem ver-me
antes que a bruma contamine os alicerces as pedras
   nacaradas deste vulcão e a lava do desejos subindo à boca.
Perco-te no sono das marítimas paisagens.
Vem com teu sabor  
de açúcar queimado
em redor da noite,
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te."

(Al Berto)

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quarta-feira, 30 de julho de 2025

// ouvindo o silêncio ...


'O silêncio é uma questão musical, alternância entre o som e a pausa., 
 o silêncio em si, homólogo ao invisível, se torna horizonte.
 Há uma espécie de inquietação, típica de quem
 procura e inevitavelmente não acha, senão os sons que o silêncio
 provoca_ sussurros ou gritos. Ora se silencia .Ora se ergue.
O silêncio nunca é propriamente vazio, mas limiar, se
 edifica ou despoja, porque, como nos diz
 o poeta Otávio Paz não deixa de motivar palavras
 e novas imagens.
O silêncio está prenhe de sinais'
( em estado de gestação)

 
(lendo_  Otavio Paz)

(simplesmentelis, outroblog
( lago Zurique, dietikon , suiça)

segunda-feira, 28 de julho de 2025

/// ... a flor que és


"Dai-me lírios, lírios
E rosas também .
Dai-me flores. Muitas flores.
Quaisquer flores , logo que sejam muitas ...
Não , nem sequer muitas flores
Falai-me apenas 
Em me dardes muitas flores  Nem isso .
Escutai-me apenas pacientemente
             quando vos peço.  Que me deis flores"          
... 
(Álvaro Campos)
(heterônimo de Fernando Pessoa)
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sábado, 26 de julho de 2025

/// sentindo a palavra



Iniciei nos blog's em 2009. Bem acanhada.
Transcrevia poemas de poetas conhecidos _ pesquisava os
 considerados suprassumos ou bambambãs, como chamamos 
os  gênios da literatura. Com eles me identificava.
 Naquele tempo já gostava de fotografar e pintar.
 Nenhuma dessas artes ,dominava. Escolhi ficar
 na máquina fotográfica.
Também tinha os cadernos e ali rabiscava coisinhas íntimas,
frases ,palavras que não queria perder.
 Tudo e qualquer movimento meu, era motivo de escrita. 

Uma amiga bem próxima (que já está nas estrelas),
dizia ser minha 'marchand' 
tinha acesso às escritas e dizia: 'escreve isto nas tuas
 fotografias, é a tua cara _vai ficar íntima e particular'
Demorei para acreditar. E um belo dia, acreditei.
Postei um versinho e os amigos não reclamaram,
ainda deram força. Continuei com os poemas transcritos
 e vez ou outra deixo um texto,
uma carta, bilhetes, rabiscos. Um novo formato de
 encontrar os amigos, que  aprendo cada dia, amar mais.

 E pergunto :  Porquê  estou escrevendo isto ?
 Num dia normal ,numa  entrada normal ,depois de quinze
 dias de pausa (faço várias pequenas pausas), postei
um texto falando sobre como é bom sair da rotina,
 não fazer nada, lembrei de uma palavra que de certa forma
 desperta uma leveza e um relax bom_ a 'malemolência ...
Não pegou bem 

Escrevi como se estivesse fazendo um carinho,
 (sabe aquele momento bonito e espontâneo que transborda 
sem mais nem menos ? ) 
 Fiquei bem desconfortável com o mal estar que
 provoquei e  saí a procurar o fio da meada dessa tal
 Malemolência.

Aqui está: Dorival Caymmi .
O expoente da música brasileira que criou e cunhou nas
 suas canções a filosofia de vida que valoriza o ritmo
 próprio e a conexão com a natureza, num cenário de contemplação.
O sol de todo dia, o mar com suas jangadas ,a vestimenta colorida
 da baiana, o  charme peculiar daquele sotaque doce e afetuoso.

 Até uma certa preguiça. Por que não ?

Vi que tudo de bom estava contido na frase, o cuidado é 
 não ler fora do contexto. Ou distraidamente.
Ou insensivelmente. Ou apaixonadamente.

Com tudo explicadinho, já nos desculpamos, mutuamente 
e não vai aqui nenhum melindre _só avisar aos amigos 
que o meu tempero quando escrevo é o da amizade.
  Imagino sempre  que
      vai ser agradável para quem lê.,  por isso erro tanto  ...
Ah, não gosto de acarajé e
 adoro os baianos.

( julho, 2025, liscosta)