domingo, 28 de abril de 2024

/ mar e alguma ondulação


'Quando não há inspiração ,resta transpiração'
 Falta-me é verve poética. Minha criatividade
 está na minha lente e no meu olhar.Teria que 
 chocoalhar a memória em   busca da palavra
 perfeita , que só os poetas possuem.
 Ou quem sabe das metáforas. A palavra pode 
     ser escrita de várias maneiras.     
Ou apenas sussurrada. 
Minha fotografia ,  meu sussurro.

(abril, 2024)

sexta-feira, 26 de abril de 2024

// das porções do dia


Suponhamos que seja muito romântica e disciplinada  (?) 
Levanta de manhãzinha , se veste para a caminhada diária
pela orla da praia ou pelo seu quarteirão , caso o sol esteja
inclemente,o que é normal em pleno outono, quando por
ordem deveria era se  acalmar.  Pelo caminho de volta
passa na feira e o rapaz oferece as flores habituais 
 ( as miúdinhas),  chega em casa
prepara um  café  e pensa qual fotografia 
vai oferecer aos amigos, entende que está cansada
de ser só consumidora de poesia , está
 por ora produzindo, sendo ensaísta 
(não sabe bem o que é), 
e assim ela escreve ... escreve.  
Só perfumaria,
 que  é o que está vivendo no momento.
 :))
(abril, outono 2024)

sábado, 20 de abril de 2024

// o caminho das árvores


'Há uma cor que não vem nos dicionários' 
A  cor opaca e indefinível do retrato, 
do meio sorriso lembrando a luz  âmbar ,de 
certos troncos das árvores, num marron
 desbotado, de certas ruazinhas vazias.
 É 'a cor do tempo' _esse saudosismo  no meio do caos.
 (inspirado no poema de Mario Quintana)

quinta-feira, 18 de abril de 2024

/// do meu caderno de notas


Bebia teus silêncios.
Descobria novas cores, novos prazeres
 madrugadas
 emoções e solidões. 
Eras aquele azul no céu, aquela música doída.
 Dentro dos teus silêncios 
um monólogo interior como um bom-bocado, muito doce.
 Por vezes grito. Por vezes uivo. Por vezes amo. 
Ah , esse amor ! 
Por vezes o stand da invalidez.
(abril, 2024)

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terça-feira, 16 de abril de 2024

// das cartas e confetes _ Parte VII


 Sonhos. Imaginação. Fantasias.
E lá vai carta confessional. Quer queira ,quer não, as cartas
 tem sempre um cunho pessoal, são despojadas, claras, precisas.
 Enquanto os poemas são  quimeras , quando não, armadilhas. 
Sabemos que 'todas as cartas de amor são ridículas'.
 Está comprovado. 
Quando  intensificam o correio, começam também a ficar
 íntimos e a resvalar um ou outro segredo, até então 
não declarado. E, assim enchem-se de ternuras e encostam-se
 nos abraços, falam das plantas que enfeitam a casa
dos  bichinhos de estimação, do tempo solar _esse um assunto
 bom para iniciar conversinhas no meio da tarde ou
  nos domingos chuvosos.  E,sonham.
 Discretamente, revelam. Ela, sem nenhum medo
 de errar para um craque da escrita. Alguns deslizes na gramática.
 Pequenos  desacordos.  Um temperamental  demais.
 Outro, só sentimental.  E, assim, nesse entrevero
 não gostavam de ficar,nem que fosse,um só bilhetinho.
 
dia vazio,um deserto.
  Queria não escrever. Queria asas.
(2024 , abril ) 

(fotografia da Web)

domingo, 14 de abril de 2024

/// sobre o abraço


Um abraço é
também modo de dizer :
 vai passar, está passando, estou aqui,
 Assim,de longe, fico pertinho e te abraço forte.

(álbum de família)

quinta-feira, 11 de abril de 2024

// de seara amiga



"É quase um voo,
a harmonia da música
que trauteamos em surdina, por aí,
 sem nenhum destino, de corpo iluminado,
no rastro de memórias que só o coração guarda.
Impacientes.Tão impacientes."

(Graça Pires)

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terça-feira, 9 de abril de 2024

// excesso de ausência


"Tens uma paleta 
 a que faltam
 algumas cores.Talvez
 porque há substâncias 
a que não soubeste dar expressão.
Ou porque elas 
são incolores.Ou porque 
 em toda a realidade
há fendas
 que nem pela palavra 
nem pela cor
alguma vez saberás preencher."

(Albano Martins)

sábado, 6 de abril de 2024

// Para uso tópico


"Quero-te, como se fosses
a presa indiferente, a mais obcsura 
das amantes  Quero o teu rosto 
de brancos cansaços, as tuas mãos
que hesitam. cada uma das palavras
que, sem querer me deste. Quero
que me lembres e esqueças como eu
te lembro e esqueço : num fundo
a preto e branco , despida como
 a neve matinal se despe da noite, 
fria, luminosa,
voz incerta de rosa."
 
(Nuno Júdice)

terça-feira, 2 de abril de 2024

// amor aos poucos

"Pouco a pouco fomos descobrindo 
como se põe sal por cima do silêncio
e água por trás das palavras.
E preferimos calar para dizer ausência.
E preferimos dizer para temperar a calma.

E já não sabemos que fazer
com o deserto, com os sinais.
com a sede."

(Valeria Pariso)

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