terça-feira, 20 de dezembro de 2022

/ Feliz Natal e um Ano Bom


Tenho por hábito ir ver o que se passava comigo no ano anterior .
Percebi que estive tentando escrever pequenos bilhetes poéticos.
Doce ilusão. Parei logo que percebi que escrevia mal e  não ia 
fazer frente aos poetas, meus amigos queridos e talentosos.  
É também  praxe repetir o que fiz no ano que passou :

 _ Recomeçar ! / Cortar os medos com faca afiada / Nas sombras 
plantar um Sol  / Nas esperas / Sair da trilha / Seguir os mestres.
Imaginar ouvir poesias / Nas madrugadas  /  Aos pés da cama.

E agora deixo este , como sinal de teimosia : 

Das cartas em redemoinho. Se errastes 
Recomece !  sob o mesmo céu
de ontem .  Não há mais lugar 
Nos instantes que passastes
Não há nada além de uma quimera

não há depois.
Deixe que o sol bata na sua janela 
Iluminando-a !

E viva  se misturando 
se dedicando se dividindo .

Sejamos felizes , amigos. E fico agradecida pela 
companhia durante  o ano.
Volto para vocês , em 2023./
 
(liscosta, 2022, dezembro)

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

/ escrito a vermelho


'Finalmente ... ( embora
 saibas que não há
nem fim nem princípio) :
deves dizer ainda
que há uma rosa de espuma 
no teu peito e que 
o seu perfuma
 não esgota. E que lá 
também existe
uma fonte onde bebem
as flores silvestres. Mas não
humilde como ias chamar -lhes:
altas como as espigas 
do vento, que no vento
se esquecem e que no vento
amadurecem.'

( Albano Martins) 

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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

/ sopro de comunhão


'Eu não sei como nascem os anjos 
Mas acredito em epifanias
Na raiz de quimeras, alvoradas
Na saliência do silêncio 
No movediço das palavras,

Eu não sei como nascem os anjos 
Nem mesmo sei destes espinhos 
Das lâminas afiadas em um corpo 
Só sei do rasgo, do soluço, do grito.
  Do verbo que não nomeia, 
mas urge.'

(Assis de Freitas)

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sábado, 10 de dezembro de 2022

/ poética da contemplação


Havia sempre um cais no fim de cada dia 
um mar mesmo a seus pés até perder de vista 
Até perder-se o sol no seu naufrágio brando
até ser tudo sombra e tudo estremecer ...
E então ficava quieta, ficava mais um pouco 
Até ser funda a mágoa., funda como o mar .

(Carlos Nogueira Fino)

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

/ só dura um dia



O efêmero não é apenas um adjetivo de pouca esperança
É um aumento da urgência , do acaso e da verdade.
Uma consciência muito pessoal, um haicai de inverno, 
uma papoula repentina, um penhasco próprio, 
um solstício de verão, uma árvore arrancada.'

(Sophie Nauleau)

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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

/ estilo amarelo vermelho azul


"A cor é um meio para exercer uma influência direta sobre a alma.
A cor é a tecla ; o olho o martelo .
  A alma ,o instrumento das mil cordas.
O artista é a mão que, ao tocar nesta ou naquela tecla , 
obtém da alma a vibração justa.
A alma humana, tocada no seu ponto mais sensível, responde.".

( Wassily Kandinsky )

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sábado, 3 de dezembro de 2022

/ dos labirintos ...


... 'ninguém pode atestar,
com a máxima confiança,
se a palavra que se lança 
apresenta-se legítima 
ou se, à deriva , é lívida
esperança . 
Muitos são os mistérios 
poucas e frágeis as verdades:
_ há sonho na realidade?
Nada sei '

(helena fernandes)
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