"Num verso me quis dar, nos outros me fui dando
Como se em verso amando eu mais pudesse amar
Ou como se cantar fosse ir-me , a mim , doando
Nunca sabendo quando insistir ... ou parar
Depois de a mim me achar, quiçá , frutificando
E em tudo me adequando a quanto ousei cantar
Talvez reflicta o mar , talvez vá naufragando
E vá o mar cantando os versos que eu calar ...
Se pareço falar de mim, tão só de mim,
Não vos direi que sim , nem vos direi que não
Porque essa embarcação transmuta-se em jardim
E eu , mero varandim para a tripulação
Que nela fez seu chão e nela viu seu fim,
Entendo ser assim que não se embarca em vão."
(Maria João Britto de Souza)
gentileza cedida do blog