Iniciei nos blog's em 2009. Bem acanhada.
Transcrevia poemas de poetas conhecidos _ pesquisava os
considerados suprassumos ou bambambãs, como chamamos
os gênios da literatura. Com eles me identificava.
Naquele tempo já gostava de fotografar e pintar.
Nenhuma dessas artes ,dominava. Escolhi ficar
na máquina fotográfica.
Também tinha os cadernos e ali rabiscava coisinhas íntimas,
frases ,palavras que não queria perder.
Tudo e qualquer movimento meu, era motivo de escrita.
Uma amiga bem próxima (que já está nas estrelas),
dizia ser minha 'marchand'
tinha acesso às escritas e dizia: 'escreve isto nas tuas
fotografias, é a tua cara _vai ficar íntima e particular'
Demorei para acreditar. E um belo dia, acreditei.
Postei um versinho e os amigos não reclamaram,
ainda deram força. Continuei com os poemas transcritos
e vez ou outra deixo um texto,
uma carta, bilhetes, rabiscos. Um novo formato de
encontrar os amigos, que aprendo cada dia, amar mais.
E pergunto : Porquê estou escrevendo isto ?
Num dia normal ,numa entrada normal ,depois de quinze
dias de pausa (faço várias pequenas pausas), postei
um texto falando sobre como é bom sair da rotina,
não fazer nada, lembrei de uma palavra que de certa forma
desperta uma leveza e um relax bom_ a 'malemolência ...
Não pegou bem
Escrevi como se estivesse fazendo um carinho,
(sabe aquele momento bonito e espontâneo que transborda
sem mais nem menos ? )
Fiquei bem desconfortável com o mal estar que
provoquei e saí a procurar o fio da meada dessa tal
Malemolência.
Aqui está: Dorival Caymmi .
O expoente da música brasileira que criou e cunhou nas
suas canções a filosofia de vida que valoriza o ritmo
próprio e a conexão com a natureza, num cenário de contemplação.
O sol de todo dia, o mar com suas jangadas ,a vestimenta colorida
da baiana, o charme peculiar daquele sotaque doce e afetuoso.
Até uma certa preguiça. Por que não ?
Vi que tudo de bom estava contido na frase, o cuidado é
não ler fora do contexto. Ou distraidamente.
Ou insensivelmente. Ou apaixonadamente.
Com tudo explicadinho, já nos desculpamos, mutuamente
e não vai aqui nenhum melindre _só avisar aos amigos
que o meu tempero quando escrevo é o da amizade.
Imagino sempre que
vai ser agradável para quem lê., por isso erro tanto ...
Ah, não gosto de acarajé e
adoro os baianos.
( julho, 2025, liscosta)