quarta-feira, 10 de junho de 2020

fadigados


"Há ânsias de voltar, de amar, de não ausentar-se,
e há ânsias de morrer, combatido por duas

águas unidas que jamais hão-de istmar-se.

Há ânsias de um beijo enorme que amortalhe a Vida,
que acaba na áfrica de uma agonia ardente,

Há ânsias de… não ter ânsias, Senhor,
há ânsias de não ter tido coração.

A primavera volta, volta e partirá. E Deus,
curvado em tempo, repete-se, e passa, passa
carregando a espinha dorsal do Universo.

Quando as têmporas tocam seu lúgubre tambor,
quando me dói o sonho gravado num punhal,
há ânsias de ficar plantado neste verso!"

César Vallejo


simplesmentelis, outro blog

6 comentários:

  1. Que saudades de um beijo, de um abraço...de viver em liberdade.
    Deixando uma 🌹
    .
    Tenha um dia feliz
    Cumprimentos poéticos

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  2. Parabéns pelo poema Brilhante!

    Beijos. Boa noite!

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  3. Bela combinação da foto com essas palavras do escritor César. bjs

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  4. Gosto do poema. E da foto.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  5. Palavras sentidas e profundas, ultra bem conjugadas, com uma imagem de grande beleza e sensibilidade!...
    Adorei ver! Beijinhos
    Ana

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