_ das 'historinhas' alheias

Ela gostava de passar as tardes,

 naquele santuário, sentir a respiração dos personagens 

que ali viviam

Ouvir o toque das teclas daquele computador e 

Sobretudo ,entender .Entender o mistério por detrás

 dos papéis que rabiscados eram jogados ao chão

 sem nenhum vestígio.  Andava a procura  deles.

E ,de como seria a poesia nos dias comuns .

No meio de tantas palavras e sílabas soltas achava alguma 

com a aparência dela  e dizia  entusiasmada 

_ 'Pode pegar ,é mesmo para ti'   Doce a ilusão da menina!

 O mundo dela  era pequeno demais para o tamanho daquelas escritas.

 Andou sabendo que a ética não permitia surrupiar palavras soltas 

para si, o que vinha tentando fazer. 

 É que era tudo tão primoroso, tão  sutil e poético

 com tantos bocados de humor ,muitos bons bocados de desejos e 

até algumas boas pitadas de ironia. 

E a pobre menina  ficava só a imaginar como seria

 caminhar lado a lado, nas alamedas dos cenários arborizados 

e daqueles avarandados silenciosos .

E descobriu que nunca saberia

 e tratou de tentar não mais

 voltar lá.

( liscosta, 2022, em janeiro)

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