"Vai Ano Velho,
dobra a esquina da sorte e no trinta e um,
à meia-noite,esgota o copo
A culpa
do que nem lembro
do que nem lembro
e me cravou entre Janeiro e
Dezembro.
Vai, leva tudo; destroços,
ossos, fotos de presidentes,
beijos de atrizes , enchentes,
secas ,suspiros jornais.
( ... )
( ... )
Vem, Ano Novo, vem veloz,
vem em quadras , aladas , antigas
ou jatos de luz moderna .
Vem,
Paira ,desce ,habita em nós,
Vem com cavalhadas , folhas , reisados
Fitas multicores , rabecas ,vem com
uva e mel e desperta
em nosso corpo a alegria,
escancara a alma, a poesia , e por um
instante , estanca
o verso ,perverso
e sacia em nós a fome
_de Utopia.
A vida
é essa caixa chinesa
é essa caixa chinesa
de onde brotam as manhãs .
Agora
é recomeçar... "
Afonso Romano de Santant'Anna
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