"Os versos,quero-os nítidos como auroras,
como o universo, amplos,
humildes como as amoras.
embora mintam,quero-os verdadeiros,
sóbrios, embora bêbados
claros,embora nimbados de nevoeiros.
quero os de nardo, os de alecrim e açucena
os de estopa,os de linho,os de sangue,os de seda,
ânfora de aromas para inundar o poema.
quero-os maduros de vida, vermelhos
os próximos e os distantes,só pressentidos,
dispersos como aguaceiros
olho tudo outra vez...como reunir o rebanho?
se meu ser,em seu regaço,junta,
sem altivez, o normal e o estranho.
( Searas de Versos )