terça-feira, 2 de dezembro de 2025

/// monólogos dialógicos


É claro que há imensas coisas 
que ainda não te disse
O que esperavas ?
Se te dissesse tudo de uma vez, num
 ataque freudiano de sinceridade, não só 
 não acreditavas  como além disso passaria a
 olhar-me diferente. Melhor assim.
 Melhor que penses  que tenho muita vida interior e
 que te esperam momentos
Irrepetíveis."

(Kamelo C.Iribarren)

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sábado, 29 de novembro de 2025

/ tempo e fases


Amo tanto o tempo que resta .
Quanto tempo ! 
Quanto tempo ainda ?
Anos, dias ,horas, quanto ?
Quero mais histórias, mais viagens.

É como a folhagem no meio das rosas

Quanto tempo !
Quanto tempo ainda?
Não me importo.

Quando a orquestra parar, eu ainda dançarei...
Quando 
 os aviões não voarem mais, voarei sozinho."

(Serge Reggiani)

 Nota: muitos anos separam as duas fotografias, a gente não sente
 ou não quer sentir.  tempo passa como um flash ...
daqueles potentes, que iluminam e deixam registrado
 (paradoxalmente), para sempre ,cada experiência ,cada aprendizado,
 cada tropeço, cada benção.  principalmente, cada pessoinha
 que passou (e passa), por nossas vidas.
 Sejam essas passagens rápidas ou longas,
ou as que nunca mais esqueceremos e as que existem desde sempre.
   A todas meu carinho por ajudarem a pontuar o meu tempo. 

As fotografias são instantâneas,  sem aviso e  consentimento.  :))
Eu valorizo a discrição,, mas somos tão invisíveis 'que aparecer'  faz bem 
 e suaviza um pouco a a distância,.

( A fotografia mais  atual (2023),estava voltando de Praga, com a filha, após 
pandemia e  a do passado o sol deveria estar forte no rosto dela.)


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novembro,29

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

/// dos delírios



"Com todas as letras do alfabeto
  assim me  perco dentro dos sonhos,
  arrumo e desarrumo  incessantemente, palavras
 que combinam e descombinam.

As vezes um poço de silêncio nasce
  dentro dos olhos e  alguns eclipses,
  em outra hora  tudo se precipita numa pressa
 louca de mastigar o tempo.

  É a síntese plena da ansiedade."
 
(Roseana Murray)

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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

/// amor de menina


'Ele rouba o sono dela
Entra na sala, na varanda, no quarto
Quebras as coisas mais bonitas 
O encanto, o silêncio. A poesia 
As vezes dedica.. Não é ela.
E reclama. Das querências.
Da impaciência. Do barulho
Do excesso.' 
...
e ainda é segunda-feira 

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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

// esse 'vento'


Minha mulher minha irmã 
Minha cara metade de carne
maça maça
Minha costela de Adão
meu pé de romã romã
Vento que bate na porta 
Trazendo notícias
Que tem de alguém
Vento que entorna a manhã do meu bem
Me leva  Me leva , vento
Bate suas asas, voa sobre as casas, vento
Faz o dia delirar 
Trás minha morena do além-mar
Minha irmã ,meu irmão 
Quem tem ouro na pele da alma
pagã pagã
Vento me ensina a tocar 
A flauta do pã do pã

O vento  (Djavan) 
(compositor e cantor )

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

// silêncios, palavras e balbucios


S
ilêncio _ o que não pode ser dito ou ainda não encontrou forma ,
apenas sensação , intuição ou emoção bruta.
Presença sem expressão.
 
Palavra_ o pensamento ganha gesto de corpo e se revela nem 
sempre  diz exatamente o que sente . Apenas balbucia.
 Mas, aproxima .

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

/// uma canção


                                            
         "Como hei de segurar a minha alma  para que não toque na tua?
        Ah! como gostaria de levá-la até um lugar estranho e silencioso
 que não se agitasse, como o meu coração. 
Pois, a ti e a mim,
 que nos une, é como arco de violino que de duas cordas
 solta uma só nota.

A que instrumento estamos atados?
 E que violinista nos tem em suas mãos?"

(Rainer Maria Rilke)

Fotografia, na estrada , genebra, suiça, abrll 2025)

terça-feira, 4 de novembro de 2025

/// pensando aqui ...


"A palavra é uma entidade mágica , fugidia, que 
toma conta dos sentidos para nos arrebatar , encantar
enraivecer 
envolver em laços doloridos ou suaves.
Quando vem em forma de silêncio, ela se cala
 profundamente em nós ,
     e continua significando ,,, " 

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(... já postei essa foto, mas ela é tão linda !)

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

//// ... vejo o Rio de Janeiro



a clássica vista da janelinha da aeronave.

Estou no Rio de Janeiro, do lado de cá da ponte onde os 
cariocas costumam zoar dizendo que o melhor daqui
é a paisagem das curvas do Rio.

Só hoje consegui acessar a internet no computador .
Vou poder ver o que vocês estão aprontando ... rs 
e deixando meus olhares.

Obrigada pelos comentários e espera ... 

(liscosta, 2025, novembro)
 
                                                                        
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( aeronave,  já no solo  e uma tomada do MAC _museu de Arte Contemporânea de Niterói))

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

// do verbo intransitivo


"A gente destrói aquilo que mais ama
  em campo aberto, ou numa emboscada;
  alguns com a leveza do carinho 
  outros com a dureza da palavra;
  os covardes destroem com um beijo
  os valentes com a espada.
  Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama."
  (Oscar Wilde)


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( errei a mão e ficou assim, redemoinho_pense numa arte  rs  )

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

/// bocados de nós


  "Um fragmento de papel, de espaço e de tempo.
  do olhar, do ver, do sentir.
 Um fragmento da vida, das vivências
 dos sentimentos, das emoções. 
...
 Um fragmento do silêncio, do grito
 da realidade e da  imaginação"

 (Gonzalo M.Tavares)
 
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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

// / no descompasso



  "repousada nas vírgulas a repisar as cismas nas pausas."

O inverno foi levando as reservas de intimidade,
a fineza ,o aconchego da casa ,o friozinho bom.
Timidamente, a primavera chega e se confunde
faz chover e faz sol  numa imprevisibilidade que
deixa sem norte a moça do tempo.      O ar está
rarefeito. É preciso estar do lado de fora,  entre
 jardins para ver se acha o devaneio.
  Procuro o devaneio.  E a geografia afetiva.

(outubro, na primavera)

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(maio, 2025, pelos jardins de Genebra,suiça)

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

/// deixa passar ... o tempo


Vou estar fora dos blogs. 
Não será fácil, mas nem tudo é.
 Li por aí que o silêncio tem também seu alfabeto, usamo-lo. 
Quando voltar os visitarei e os farei lembrar de mim.
 Perdoa-me provocar essa saudade ...
(risos)
Sem brincadeira, tenho tentado dar um tempo mais longo aqui,
 para rever alguns detalhes do  cotidiano  que no fim do dia ficam
 pendentes e viciada como sou, ainda não consegui.
Deram-me  força  pretendo usá-la.
Não prometo muito porque sou  péssima em cumprir promessa.
Vou tentar  brilhar como a primavera. Sem pressa da quentura do verão.
Fiquem bem.  Eu amo vocês.
.  
 (liscosta.,setembro,2025)

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sábado, 13 de setembro de 2025

/// palavras poucas


A manhã chega. Traz o cheiro forte do café.
Pede trégua. A árvore que era a sombra 
do avarandado, secou
seus ramos. 
Quer que  retome o corpo. Assuma.
E a  chuva veio independentemente.
 Para redimir.


(setembro/2025)

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

// só por hoje


"Hoje é hoje.
 Espanto-me ao mesmo tempo desconfiada por tanto me ter dado.
 E amanhã vou ter de novo um hoje.
 Há algo de dor e pungência em viver o hoje.
 O paroxismo da mais fina e extrema nota de violino insistente.
           Mas o hábito anestesia. O aguilhão de abelha do dia florescente de hoje .
 Graças a Deus , tenho o que comer.
 O pão nosso de cada dia." 
 (Clarice Lispector)


( e assim eu prossigo nas minhas fases e faces)

 

(Fotografia, um mosaico _abrindo o álbum do passado )

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

/// amanhã vai ser outro dia ...


"Amanhã vai ser outro dia .Hoje você é quem manda Falou Tá falado
 Não tem discussão ,não  A minha gente hoje anda falando de lado
 E olhando pro chão viu? você que inventou esse estado
 E inventou de inventar Toda escuridão Você que inventou o pecado
 Esqueceu de inventar o perdão. Apesar de você. Amanhã há de ser 
  Outro dia Eu pergunto a você onde vai se esconder Da enorme euforia 
 Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar Água nova brotando
 E a gente se amando sem parar Quando chegar o momento 
 Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros juro Todo esse amor
reprimido Esse grito contido Esse samba no escuro
 Você que inventou a tristeza ora, tenha a fineza de desinventar.
Você vai pagar e é dobrado Cada lágrima rolada nesse meu penar
 Apesar de você amanhã há de ser Outro dia
 Ainda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria
 Você vai se amargar Vendo o dia raiar. Sem te pedir licença
 E eu vou morrer de rir  Que esse dia há de vir .Antes que você pensa
 Apesar de você amanha há de ser outro dia.
 Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia
 Como vai se explicar vendo o céu clarear  De repente. Impunemente 
 Como vai abafar  Nosso coro a cantar Na sua frente
 Apesar de você Amanhã há de ser outro dia 
Você vai se dar mal  Etcetera e tal  
 lalalalala lalala lala " 

( Chico Buarque de Holanda)

Nota :Sem inspiração venho com o 'amanhã...' do nosso Chico,
para reagir e voltar, devagarinho.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

//// saindo à francesa ...


"Tempo Tempo Tempo Tempo 
      És um senhor tão bonito  Quanto a cara do meu filho
  Vou te fazer um pedido  Compositor de destinos
 Tambor de todos os ritmos
 Entro num acordo contigo. Por seres tão inventivo 
E pareceres contínuo. 
És um dos deuses mais lindos 
  Peço-te o prazer legítimo
  E o movimento preciso Quando o tempo for propício 
    De modo que o meu espírito
 Ganhe um brilho definido E eu espalhe benefícios
   O que usaremos pra isso
     Fica guardado em sigilo   Apenas contigo e comigo 
E quando eu tiver saído  Para fora do teu círculo
Não serei nem terás sido    Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos Num outro nível de vínculo
Portando, te ofereço elogios Nas  rimas do meu estilo"
(Caetano Veloso ) 


  Saindo.
 Por um Tempo.
 Obrigada ,meus queridos.  Por tudo


_  No simplesmentelis ,sempre 
 que o ímpeto bater com força, deixo lá algumas
paisagensflores ,retratos ,o que estiver vivendo e vendo.
Fotografia _é o gato da casa suiça ,tão querido quanto a minha Pitty ).

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

/// o silêncio, na escuta



"Efêmero é o relâmpago, mas faz da noite uma aurora.
  Com a lâmpada das asas acesas ,a libélula ignora a noite.
O mocho traz nos olhos escondido, um sol. 
Dos músculos da árvore faz o pica-pau um templo.
Quando uma abelha se enamora, nasce uma flor."
(Albano Martins)

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( a minha orquídea)

sábado, 16 de agosto de 2025

//// É, Lígia, Lígia


"Eu nunca sonhei com você Nunca fui ao cinema 
 Não gosto de samba, não vou a Ipanema 
 Não gosto de chuva, nem gosto de sol 
 E quando eu lhe telefonei, desliguei, foi engano 
 O seu nome, não sei   Esqueci no piano
 as bobagens de amor que eu iria dizer, 
 Não, Lígia ,Lígia
 Eu nunca quis tê-la ao meu lado Num fim de semana
 Um chope gelado em Copacabana
 Andar pela praia até o Leblon
 E quando eu me apaixonei
 Não passou de ilusão, O seu nome eu rasguei
 Fiz um samba-canção das mentiras de amor 
Que aprendi com você. 
É , Lígia, Lígia 
( você se aproxima de mim 
com esses modos estranhos Eu digo que sim.
mas teus olhos castanhos me metem mais medo
que um raio de sol... )
E quando você me envolver Nos seus braços serenos,
 eu vou me render
 Mas teus olhos morenos me metem mais medo
 Que um raio de sol , 
Lígia, Lígia..." 

(Composição, Tom Jobim )

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(música reeditada, o que a gente gosta a gente repete)

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

/// sobre infância e rainhas :))

                       

Nessa cidadezinha do interior nascia uma menina
 que aos seis anos perdia sua mãe
 ( uma fatalidade a levou embora,)
Muito pouco contavam sobre ela. As histórias eram tristes, a menina
 muito pequena Cresceu e continuou sem entender.
 Se perguntava qualquer lembrança da mãe, todos mudavam o rumo da
 conversa e nunca tinham lembranças para contar.
As tentativas eram vãs, (motivo de vários atritos com o pai),e ela
 já adolescente demorou para perdoá-lo. Aos trancos e barrancos
 tentavam  viver o amor paternal e filial que havia se quebrado
 quando ela entendeu as razões de ocultar ,o que a deixou orfã de mãe.
Só quando já não havia mais tempo, aproximaram-se.
 Numa dessas conversas entre pai e filha contava uma historinha
 que até hoje emociona_ a mãe  queria dar o nome de uma rainha
 a  filha ,pediu para o pai ir ao Cartório registrar a menina como
 Elizabeth.
O pai distraído esqueceu e demorou para saber o nome, engasgou,
 titubeou  e falou alguma coisa que o escriturário
 registrou errado. Chegando em casa com a Certidão na mão, a mãe leu,
  não gostou nada. Mandou voltar diversas vezes ao cartório.
Ela insistiu. Não houve jeito.
 Ficou triste e  exigiu  que todos  a  chamassem de Lisabeth,
para lembrar um pouco o nome original. Com o tempo e
 na ausência da mãe os irmãos reduziram para Zete.
Não sei porquê também a menina não gostava do seu nome, 
(resquícios da mãe)
Para os mais íntimos e amigos ocasionais sempre foi a Lis.
Três  letras que  lembra muito mais a dona da sua vida . 
A  Rainha _ sua Mãe. 

( hoje busco viver a parte boa da vida que vai se fazendo do que faço.rs
O passado me deixou com algumas desorganizações emocionais, me
emociono com tudo e intensamente_ sufoco um pouco a quem amo). 
 Gosto de lembrar do meu pai com  gratidão, perdão e saudade.

( junho, 2025 )

sábado, 9 de agosto de 2025

/// sons de ensaio e taquicardia


Ensaia uma música milhões de vezes, o som não fica bom ,era só taquicardia...
E assim  'mergulha eu, mergulhas tu, na tontura dos nossos passos
equilibrando-se instável sob o fio da navalha.' Mas_ sei, sabes, sabemos
'as uvas talvez durem demais a amadurecer.' 
Não  se sabe quanto tempo dura nem  como  começa.
 O que era fictício ficou real.
 Acorda O dia amanhecendo. o sol nascendo, tudo absolutamente calmo. 
Olha a paisagem. não pensa, fotografa ,clica em enviar.,
sem nenhum  constrangimento, sem autorização ,sem medo, do nada.
Volta a taquicardia.

( devaneios, lendo Caio Fernando Abreu) 
(2025,agosto)

(fotografia_ Vitória,es  ,do décimo quinto andar)

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

/// ... outro sabor , o caramelo


As manhãs chegam sem pedir licença,
há escrita, há voz, há acenos 
mesmo que o ruído seja dissonante, 
mesmo que o tempo escape pelos cantos.
 
Importa a fantasia latente ,o toque da brisa,
o reflexo nas vidraças, a cor que insiste em
 não ceder ao inverno.

Importa a flor que floresce
o sabor da xícara posta na mesa 
um nome dito com cuidado, um olhar
 'sem olhar'  que pede calma ...

E quando a tarde declina, não há pressa
 em recolher os sentidos, O silencio não pesa,
ele repousa, fértil, entre as sílabas por vir.
   
Porque 'a sombra é apenas o lugar onde
 a luz descansa.'

( agosto,2025,liscosta)

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sábado, 2 de agosto de 2025

//// uma paixão



"Visita-me
enquanto não envelheço
toma estas palavras cheias de medo e surpreenda-me.
Tenho uma varanda ampla cheia de malvas e
o marulhar das noites povoadas de peixes voadores.
Vem ver-me
antes que a bruma contamine os alicerces as pedras
   nacaradas deste vulcão e a lava do desejos subindo à boca.
Perco-te no sono das marítimas paisagens.
Vem com teu sabor  
de açúcar queimado
em redor da noite,
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te."

(Al Berto)

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quarta-feira, 30 de julho de 2025

// ouvindo o silêncio ...


'O silêncio é uma questão musical, alternância entre o som e a pausa., 
 o silêncio em si, homólogo ao invisível, se torna horizonte.
 Há uma espécie de inquietação, típica de quem
 procura e inevitavelmente não acha, senão os sons que o silêncio
 provoca_ sussurros ou gritos. Ora se silencia .Ora se ergue.
O silêncio nunca é propriamente vazio, mas limiar, se
 edifica ou despoja, porque, como nos diz
 o poeta Otávio Paz não deixa de motivar palavras
 e novas imagens.
O silêncio está prenhe de sinais'
( em estado de gestação)

 
(lendo_  Otavio Paz)

(simplesmentelis, outroblog
( lago Zurique, dietikon , suiça)

segunda-feira, 28 de julho de 2025

/// ... a flor que és


"Dai-me lírios, lírios
E rosas também .
Dai-me flores. Muitas flores.
Quaisquer flores , logo que sejam muitas ...
Não , nem sequer muitas flores
Falai-me apenas 
Em me dardes muitas flores  Nem isso .
Escutai-me apenas pacientemente
             quando vos peço.  Que me deis flores"          
... 
(Álvaro Campos)
(heterônimo de Fernando Pessoa)
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sábado, 26 de julho de 2025

/// sentindo a palavra



Iniciei nos blog's em 2009. Bem acanhada.
Transcrevia poemas de poetas conhecidos _ pesquisava os
 considerados suprassumos ou bambambãs, como chamamos 
os  gênios da literatura. Com eles me identificava.
 Naquele tempo já gostava de fotografar e pintar.
 Nenhuma dessas artes ,dominava. Escolhi ficar
 na máquina fotográfica.
Também tinha os cadernos e ali rabiscava coisinhas íntimas,
frases ,palavras que não queria perder.
 Tudo e qualquer movimento meu, era motivo de escrita. 

Uma amiga bem próxima (que já está nas estrelas),
dizia ser minha 'marchand' 
tinha acesso às escritas e dizia: 'escreve isto nas tuas
 fotografias, é a tua cara _vai ficar íntima e particular'
Demorei para acreditar. E um belo dia, acreditei.
Postei um versinho e os amigos não reclamaram,
ainda deram força. Continuei com os poemas transcritos
 e vez ou outra deixo um texto,
uma carta, bilhetes, rabiscos. Um novo formato de
 encontrar os amigos, que  aprendo cada dia, amar mais.

 E pergunto :  Porquê  estou escrevendo isto ?
 Num dia normal ,numa  entrada normal ,depois de quinze
 dias de pausa (faço várias pequenas pausas), postei
um texto falando sobre como é bom sair da rotina,
 não fazer nada, lembrei de uma palavra que de certa forma
 desperta uma leveza e um relax bom_ a 'malemolência ...
Não pegou bem 

Escrevi como se estivesse fazendo um carinho,
 (sabe aquele momento bonito e espontâneo que transborda 
sem mais nem menos ? ) 
 Fiquei bem desconfortável com o mal estar que
 provoquei e  saí a procurar o fio da meada dessa tal
 Malemolência.

Aqui está: Dorival Caymmi .
O expoente da música brasileira que criou e cunhou nas
 suas canções a filosofia de vida que valoriza o ritmo
 próprio e a conexão com a natureza, num cenário de contemplação.
O sol de todo dia, o mar com suas jangadas ,a vestimenta colorida
 da baiana, o  charme peculiar daquele sotaque doce e afetuoso.

 Até uma certa preguiça. Por que não ?

Vi que tudo de bom estava contido na frase, o cuidado é 
 não ler fora do contexto. Ou distraidamente.
Ou insensivelmente. Ou apaixonadamente.

Com tudo explicadinho, já nos desculpamos, mutuamente 
e não vai aqui nenhum melindre _só avisar aos amigos 
que o meu tempero quando escrevo é o da amizade.
  Imagino sempre  que
      vai ser agradável para quem lê.,  por isso erro tanto  ...
Ah, não gosto de acarajé e
 adoro os baianos.

( julho, 2025, liscosta)