terça-feira, 10 de novembro de 2020

paralelas

 

"Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor

E no escritório em que eu trabalho
E fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio
Vejo a luz do teu olhar
Passo as praças, viadutos, nem te lembras de voltar 

No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel,  o que é paixão

E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu

No apartamento, oitavo andar Abro a vidraça e grito,

quando o carro passa

Teu infinito sou eu ."   

 Belchior 

( para saudar Vanusa)

simplesmentelis, outro blog 

6 comentários:

  1. Saudou lindamente a Vanusa, Lis. Essa música é demais! A foto, muito boa. Bjs.

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  2. "" Teu Infinito sou eu ""

    Lindo de ler
    .
    Cumprimentos poéticos

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  3. Poema muito bonito! _:))
    ~~
    Estranha viagem...
    ~~
    Beijo, e uma excelente tarde

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  4. Como é perverso a atitude do meu coração.
    Que só entende de querer reviver uma paixão.
    Bela foto casando com bela musica.
    Saudades de Belchior.
    Bjs Lis

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  5. Vivemos... uma vida paralela... nem sempre a que gostaríamos... mas a que as circunstâncias ditaram como possível!... Adorei o poema... ultra bem combinado com a fantástica imagem!
    Beijinhos! Daqui a pouco estarei de volta por aqui, Lis, apreciando seu Novembro, que se me escapou na pressa dos dias!...
    Ana

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