Vou de Coletivo - TEMA DO MES DE AGOSTO : UMA CARTA DE AMOR
Pai,
Foram 23 anos ao seu lado e nunca nos abraçamos, nunca declaramos o nosso amor.
O seu jeito sempre rude , não facilitava pra que eu chegasse perto, minhas pernas tremiam e eu fugia. Fugia de você, como você fugia de mim. Agora, papai, você está morto. Morreu também a esperança de aproximação. De poder ama-lo , como amam os pais e filhos.
Durante o período de sua doença, ia visitá-lo e pensei tantas vezes em aproveitar o momento para falar que te amava , te abraçar forte, mas seu olhar gelava minha alma e não saía nada. O que aconteceu conosco, meu pai? não me perdoo por não ter rompido o muro que havia entre a gente. Na sua idade e na minha, teria sido mais fácil pra mim e não fui capaz.
Nos meus momentos mais importantes, você não esteve presente, a minha formatura, o meu casamento e o nascimentos dos seus netos. Nos afastávamos propositalmente, sempre. Era uma necessidade ficar longe, era desconfortável estar perto.
Não existe mais ninguém que eu pudesse escrever uma carta de amor , sem antes fazê-la, pra você, pai. Dizer o quanto queria seu colo, dizer que naquela noite quando peguei nas suas mãos estava dizendo baixinho te amo, te amo, te amo.
Não há mais volta. Implodimos nossa relação com nossas diferenças. Eu sabia do relacionamento conturbado com minha mãe, mas ela já havia partido e mesmo assim, não nos entendíamos.
Pai, essa é uma carta atrasada , mas é cheia de amor e lágrimas. Receba-a, onde estiver.
Um dia também vou pra onde você está e então, me receba e me abrace.
Com todo amor.
Sua filha
imagem,Lis
O seu jeito sempre rude , não facilitava pra que eu chegasse perto, minhas pernas tremiam e eu fugia. Fugia de você, como você fugia de mim. Agora, papai, você está morto. Morreu também a esperança de aproximação. De poder ama-lo , como amam os pais e filhos.
Durante o período de sua doença, ia visitá-lo e pensei tantas vezes em aproveitar o momento para falar que te amava , te abraçar forte, mas seu olhar gelava minha alma e não saía nada. O que aconteceu conosco, meu pai? não me perdoo por não ter rompido o muro que havia entre a gente. Na sua idade e na minha, teria sido mais fácil pra mim e não fui capaz.
Nos meus momentos mais importantes, você não esteve presente, a minha formatura, o meu casamento e o nascimentos dos seus netos. Nos afastávamos propositalmente, sempre. Era uma necessidade ficar longe, era desconfortável estar perto.
Não existe mais ninguém que eu pudesse escrever uma carta de amor , sem antes fazê-la, pra você, pai. Dizer o quanto queria seu colo, dizer que naquela noite quando peguei nas suas mãos estava dizendo baixinho te amo, te amo, te amo.
Não há mais volta. Implodimos nossa relação com nossas diferenças. Eu sabia do relacionamento conturbado com minha mãe, mas ela já havia partido e mesmo assim, não nos entendíamos.
Pai, essa é uma carta atrasada , mas é cheia de amor e lágrimas. Receba-a, onde estiver.
Um dia também vou pra onde você está e então, me receba e me abrace.
Com todo amor.
Sua filha
imagem,Lis
Querida Lis,
ResponderExcluirComecei esta semana a ler este teu "encantamento, saudoso"...e comovi-me às lágrimas...
Essa estrelinha que brilha no Céu e que foi o Senhor teu pai...já te ouviu e de certeza que faz parte dos teus anjinhos da guarda.
Forte abraço irmã.
Bjs.
Mer
Lis, estou com lágrimas nos olhos, dá para sentir sua dor com intensidade. Mas nossos pais foram criados assim, não demonstram o que sentem. Com certeza ele te amou muito mas não sabia como dizer.
ResponderExcluirBeijos no coração
Adriana
Lis, um dia quem sabe nos conheceremos. Mas nem sempre se tem a segunda oportunidade na vida e sua carta mostra isso.
ResponderExcluirUma carta muito emocionante, muitas e muitas vezes não derrubamos os muros que devemos derrubar, mas que fique a lição para se derrubar os outros que por ventura aparecerem.
abraços com carinho
Lis
ResponderExcluirComo a compreendo. Nem imagina. Não com o pai, que partiu cedo demais, com 48 anos, mas com a minha mãe. Não me lembro dela me dar um beijo porque lhe apetecia. Os beijos mãe-filho eram dados 3 vezes por ano, quando calhava estarmos presentes (e calhava pouco): no aniversário dela, no meu e no Natal. era uma mãe-coronel. Não há amargura, porque a vida ensina a perdoarmos a nós próprios por não termos tentado.
Gostei muito do seu post.
Abraço
Aloha .Lis!!!
ResponderExcluirLinda sua Carta de Amor para seu Pai. Esta recebendo com muita Luz suas homenagens. Parabéns!!! Suas Flores, Tati e Mari carregam a essência do seu amor!!!
Sim também penso que a Interação com outros blogs deixa espaços para trocas muito preciosas... Obrigada por visitar o Olhar de Carpe Diem e volte sempre!!!
Que as bençãos da Consciência Existêncial sejam abundantemente dádivosas para contigo e todos que te cercam....
Forte Abraço, Flor de Lis!!
Aloha!!
Hod.
Querida .Lis
ResponderExcluirSão as voltas que a vida dá. Nunca ninguém se deve culpar, pois o amor existe mesmo que dito não seja.
Beijinho.
Nunca é tarde para manifestarmos o amor.
ResponderExcluirCadinho RoCo
linda sua carta!! amei...
ResponderExcluirbela participação neste busão acelerado....rsrsrsrs!!!
tbm participo.
bjocas
Eta...
ResponderExcluir=/
É um momento delicadíssimo. Fico a imaginar isso, não com meus pais, mas com amigos.
Por essas e outras que sempre concordo em dizermos a quem amamos, a verdade, sempre. Se ama, diz, grita, independe de como o outro vá receber...
Fiquei meio sentido ao ler esse post, me colocando no seu lugar....
BEIJOS
Que emocionante tua carta.Que pena que foi assim,não? Mas às vezes as coisas estão diante de nós e não temos coragem de fazer nada...Um beijo e foi uma linda participação.chica
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirLis, vim prestigiar sua participação na blogagem coletiva mas saio daqui com o rosto molhado de lágrimas sentidas. Você não me conhece nem conhece minha vida mas parece que escreveu esta carta para que eu a envie ao meu pai, um dia. Ele não morreu de fato mas estamos mortos um para o outro há 21 anos. Vou contar esta estória toda um dia, eu acho.
Beijos e obrigada por visitar meu jovem blog.
Beijos.
Linda carta!!
ResponderExcluirLis, acredite, embora sempre distantes um do outro, onde o orgulho era mais visível, havia o amor, mesmo que subentendido. Tudo bem que não era o ideal, mas assim foi. Ademais, eu penso que o seu pai tinha consciência disso melhor do que você, naquela época.
Beijos, se quiser dar um pulinho em meu blog e ler a minha carta, ficarei feliz,
Ana Lúcia.
Linda e comovente esta carta Liz, teu pai onde estiver vai gostar ...
ResponderExcluirum beijo
Lis
ResponderExcluirPode ter certeza que alguma coisa sempre falta.
Meu pai era assim como o seu, mas tive ele mais tempo por perto e falar de amor e amolecer um pouco foi possível. Hoje quando penso nele sinto por tanta coisa que não falamos e não vivemos. Acho que é a falta da pessoa que doi e pode aparecer assim como o que não foi dito.
Bonita carta
abraços
Olá Lis :-)
ResponderExcluirLá tá uma lágrima no cantinho do olho ...isso não se faz viu ?
Agora eu tenho sempre esse mesmo receio o de ficar alguma coisa por dizer ....
Sabes aquela estrela que no meio das outras brilha mais pra voce ? !!!! Eis-lo ...
Jocas mil e vou tar sempre por aqui ;)
Relação com pais "antigos" é mesmo difícil, eu me reconheci um pouco na sua carta.
ResponderExcluirQue bom que mesmo na dificuldade o amor fluiu!
Obrigada pela visita!
Abraços!
Te amo
ResponderExcluirTe amo
Te amo
Te amo
Te amo
Te amo
Te amo
Te amo
Te amo
:)
Lis, estou passeando no coletivo para visitar as cartas. Belo texto, pura emoção!
ResponderExcluirEu escrevi para meus pais, também tinha algo para falar...
Bjinho e parabéns pelo texto!
Sua carta me me emocinou até as lágrimas. Poderia dar-te os parabéns pelo belo post, porém um depoimento tão lindo e sincero não merece um simples parabéns. Eu só posso agradecer-te por dvidir conosco este teu sentimento tão íntimo, um momento só seu e de seu pai. Tenho certeza que esteja ele onde esiver, ele sabe o que sentes, ele também te amava e muito. São os maiores amores que mais nos dão trabalho, mas são nossos, estão dentro dentro de nós e isto ninguém nos tira.
ResponderExcluirLis obrigada por sua visita e espero que volte sempre. Pela sua carta sei que és um lindo ser humano e sua participação nesta brincadeira vai se destacar.
Mil beijos para você, te conhecer foi muito bom...
Linda a carta, fiquei com uma lagriminha no cantinho do olho. Por vezes fica tanto para dizer entre nós e aqueles que amamos e que já partiram. Quero acreditar que de alguma maneira eles sabem o que sentimos.
ResponderExcluirBeijinho muito grande
Lis,
ResponderExcluirNão pude conter as lágrimas no momento da leitura. Já tinha comparecido aqui antes de ler teu carinhoso comentário lá no blog.Porém, não consegui postar.
Passe aqui, parei e peguei o coletivo.
Abraços,
KAF
Querida amiga fizeste-me chorar com as tuas palavras nesta emocionante carta de amor.
ResponderExcluirAcho que vivi numa época idêntica em que não havia muita manifestação do amor que sentíamos aos nossos pais. Nos últimos tempos já abracei e beijei mais a minha mãe do que em toda a minha vida até aqui, acreditas?
O meu pai partiu novo com apenas 54 anos de idade tinha em 20 anos e durante a doença dele que durou cerca de 10 meses fiz-lhe muita companhia, mas não me lembro de o abraçar, hoje reagiria de outra forma tenho a certeza.
Um abraço apertadinho.
Lis, muito emocionante essa carta que você escreveu. Foi um desabafo que até te faz bem. Nem tudo nessa vida é perfeito e, cada pessoa é única, com seu gênio e suas limitações. Existem pessoas parecidas, contudo, como nossas impressões digitais, não somos iguais a ninguém.
ResponderExcluirSabe Deus se seu pai, em função do que você tinha conhecimento do relacionamento com sua mãe, não se sentisse tão envergonhado ou de consciência tão pesada perante você, que bloqueava os seus sentimentos na sua presença. Talvez até sofresse muito por arrependimento de algo que não conseguia soltar. A pessoa trava os sentimento a ponto da saúde ser muito abalada. Tudo isso não é por culpa sua. Não precisa ficar com a consciência pesada. As circunstâncias levaram a isso. Pense no daquí para a frente e veja o que de bom ele deixou para você. Reze muito por ele e não se culpe por nada. Tudo aconteceu em função da personalidade dele e da sua. Talvez vocês pensassem coisas muito parecidas, então vem o choque de opiniões. É difícil ter uma certeza, mas também não interessa achar essa certeza. O importante é daquí para a frente. Solte seu carinho para os filhos, amigos e para todos, cada um com os seus mais variados bloqueios, e colabore para uma melhor abertura dos seres humanos no mundo.
Como você disse não ser muito ligada a comemorações, passe a sê-lo. Comemore desde a simples vitória de seu time preferido até o mais importante dos aniversários. Veja como vai esquecer logo logo isso tudo.
Escreví muito e não sei se me fiz entender, mas o meu objetivo é ver você uma pessoa "nova".
Solta sua emoção, menina!!!!!
Um carinhoso beijo. Manoel.
Gostei muito dessa sua carta. Me vi em muitos momentos nela. Tb no meu blog costumo falar do meu pai, e declarar meu amor, ainda que tardiamente.
ResponderExcluirAbraços paraônicos
Franz
Olá, Lis! Muito obrigada pelas belas palavras que deixou no meu blog, também gostei muito da sua carta... quando li, me emocionei! Eu também não tenho o melhor dos relacionamentos com meu pai, o amo como é, mas sempre tive mais afinidade com minha mãe. Como tudo tem seu tempo, espero que um dia supere essa barreira... e quanto ao seu pai, acredito que hoje, aonde estiver, deve entender o que você quer lhe dizer!
ResponderExcluirGrande abraço!